E a vó foi embora.
Um baita de um socorro de duas semanas que nos permitiu colocar a vida em dia. Valeu mãe!
Não tenho feito posts porque estava literalmente de férias do turno do dia. A vó ficava aqui e nós fazíamos a correria que é bem mais suave sem precisar intercalar a rotina do jovem.
Chegava em casa e tinha criança limpa, alimentada e comida na mesa. Ô vidão!
De volta a vida real
O moleque tá mais esperto que nunca. Observa e ouve tudo e não quer saber de dormir durante o dia. Fica brincando, chamando e querendo ficar de pé. O carrinho não é mais um lugar seguro.
Ta grandão, indo pra 9 meses e isso disparou mais uma coisa inédita na minha vida: festa de aniversário.
Pra mim festa de aniversário de criança é aquela coisa que junta a molecada atrás de uma mesa com bolo meio torto, canta parabéns e enche a cara de beijinho e brigadeiro. Todos devidamente equipados com chapéu de cone e lingua de sogra. As mais elaboradas tem aquelas balas de coco com papel cabeludo.
- Falei com a Grazi sobre a festa do Pedro
- Grazi?
- É, a que organiza festas
- Organizar o que? Eu sei onde tem brigadeiro!
- Ai Flavio!!!
E aí fui iniciado no mundo da festa infantil que mais parece um casamento.
OK, eu já tinha ido a outras festas infantis e sabia como funcionavam hoje em dia. Mas pra mim isso era igual dengue: mesmo sendo uma epidemia vc acha que nunca vai pegar.
Só que eu já tive dengue. A festa me pegar era questão de tempo.
- E vamos fazer uns haburgerzinhos e cachorroquentezinhos
- Uia. Legal
- E aí quem estiver servindo...
- Hein? Servindo?
- Tem que preparar na hora e levar na mesa senão esfria
- Ninguem se importa com salgadinho frio em festa de criança!
- Ai Flavio!
- Perae... MESA? Nao é só espalhar umas cadeiras e as pessoas vão se acomodando, comendo no colo e...
- AI FLAVIOO !!!!!!!
Descobri que as festas tem mesas, cadeiras e até um TEMA. Fazendinha, marinheiro, galinha pintadinha, espaço, fundo do mar,... O bom disso é que deve gerar muito emprego. Hoje a pessoa pode, vejam só, ser especialista em brigadeiros em formato de disco voador!
- Mas perae! Aonde entra o-chapéu-e-a-lingua-de-sogra-e-a-bala-de-coco?
- Ah, nao combina com o tema
- Combina com criança, pô!
- As crianças nem conhecem mais isso.
- Não?
- Não.
- ...
- Dessas festas aí só sobrou o bolo.
- Uia! Entao vai ter que ser um meio grande né? Vai ter bastante gente
- Nao. O que fica na mesa é só pra enfeitar.
- Hein?
- É. Só pra tirar foto. O de verdade fica na geladeira e é distribuído depois
A falsidade ideológica invadiu o berçário. Que lástima...
Fiquei numa certa melancolia ao saber que meus acessórios favoritos na infância eram coisa de museu. No fim, em nome da preservação das linguas de sogra do mundo, propus o tema "Festa de Criança do jeito que eu conheço".
Perdi.
quinta-feira, 29 de maio de 2014
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Criançotolerância
Começou a fase de acabamento da obra.
O cronograma rígido do financiamento não deixa a gente dormir no ponto e simplesmente temos zero minutos pra ir a uma loja e escolher pisos e azulejos.
Pedimos socorro e veio um simpático casal muito conhecido meu do Paraná pra ficar uns dias e dar uma força.
Esses dias escrevi como convidado num outro blog sobre pedir socorro as vós. Sou contra. Acho sacanagem. Na minha cabeça é tipo um superpoder que vc só pode usar de vez em quando, depois de ralar muito.
Enfim, usei o poder. Vôs felizes cuidando do netinho e conseguimos ir na loja escolher acabamentos.
Como a gente não manja nada disso, demora uma tarde inteira pra escolher uma parede e fica amigo da vendedora. Se não fica amigo, pelo menos aproxima o suficiente pra ela achar que pode falar mal de alguém.
- Gente... hoje tinha uma mulher aqui com uma criança... ah, pelo amor de deus. Tem lugar que não é pra criança né?
Pensei em nós mesmos e me escapou um "Tem gente que não tem com quem deixar né... E aí faz o que?"
Concordo que tem lugar que não é pra criança. Vou listar alguns:
Tem muita gente que pensa assim. Tem muita gente que acha que criança é um animal selvagem e que sua presença em certos lugares devia ser simplesmente vetada.
Cabeça das cavernas.
Tá bom, tá bom. Vc deu risada quando falei "animal selvagem" e lembrou de alguma criança que conhece. Não seja ruim, eu sei que tem crianças-demônio. Também sei que não estou livre do Pedro se parecer o Taz quando completar 3 anos. Só que não dá mais pro mundo considerar que existe uma vó, parente ou babá pra esconder a criança cada vez que os pais tem um compromisso.
Lugares tidos como "não são pra criança" (lojas, igrejas, jantares,...) precisam se ligar disso e planejar uma tolerância. Que fique claro: um lugar criançotolerante não é aquele que deixa os pequenos pintarem e bordarem com a mercadoria e o material de escritório mas sim aquele que tem um espaço adequado pra eles.
Acho que todos os pais com quem já falei sobre isso comprariam numa loja mais cara se nela houvesse espaço pras crianças. Tenho amigos que escolhem restaurantes pelo criançódromo e já disse em outro post que a maioria das pessoas que conheço toparia ganhar menos pra trabalhar numa empresa com berçário.
Conheço um monte de mães que voltaria correndo a fazer academia (pagando mais!) se tivesse uma mini-creche lá dentro.
Pedir muito?
Que nada. Não é um pedido e sim um recado.
Empresário: nossa vida leva as crianças a tira-colo. Colocar um biombo no banheiro feminino e uma placa escrito "Fraldário" já não basta. A gente quer comprar de você e as vezes não compra porque seu negócio não é lugar de criança. Se liga, po!
O cronograma rígido do financiamento não deixa a gente dormir no ponto e simplesmente temos zero minutos pra ir a uma loja e escolher pisos e azulejos.
Pedimos socorro e veio um simpático casal muito conhecido meu do Paraná pra ficar uns dias e dar uma força.
Esses dias escrevi como convidado num outro blog sobre pedir socorro as vós. Sou contra. Acho sacanagem. Na minha cabeça é tipo um superpoder que vc só pode usar de vez em quando, depois de ralar muito.
Enfim, usei o poder. Vôs felizes cuidando do netinho e conseguimos ir na loja escolher acabamentos.
Como a gente não manja nada disso, demora uma tarde inteira pra escolher uma parede e fica amigo da vendedora. Se não fica amigo, pelo menos aproxima o suficiente pra ela achar que pode falar mal de alguém.
- Gente... hoje tinha uma mulher aqui com uma criança... ah, pelo amor de deus. Tem lugar que não é pra criança né?
Pensei em nós mesmos e me escapou um "Tem gente que não tem com quem deixar né... E aí faz o que?"
Concordo que tem lugar que não é pra criança. Vou listar alguns:
- Plataformas de petróleo
- Bases para bungee jump
- Prostíbulos e casas de swing
- Teto de metrôs em movimento
- Jaula de leão
- Interior de imóveis em construção
- Canaleta do Rio Tietê
- Fileira colada na grade do show do Sepultura (mais pra trás pode)
Tem muita gente que pensa assim. Tem muita gente que acha que criança é um animal selvagem e que sua presença em certos lugares devia ser simplesmente vetada.
Cabeça das cavernas.
Tá bom, tá bom. Vc deu risada quando falei "animal selvagem" e lembrou de alguma criança que conhece. Não seja ruim, eu sei que tem crianças-demônio. Também sei que não estou livre do Pedro se parecer o Taz quando completar 3 anos. Só que não dá mais pro mundo considerar que existe uma vó, parente ou babá pra esconder a criança cada vez que os pais tem um compromisso.
Lugares tidos como "não são pra criança" (lojas, igrejas, jantares,...) precisam se ligar disso e planejar uma tolerância. Que fique claro: um lugar criançotolerante não é aquele que deixa os pequenos pintarem e bordarem com a mercadoria e o material de escritório mas sim aquele que tem um espaço adequado pra eles.
Acho que todos os pais com quem já falei sobre isso comprariam numa loja mais cara se nela houvesse espaço pras crianças. Tenho amigos que escolhem restaurantes pelo criançódromo e já disse em outro post que a maioria das pessoas que conheço toparia ganhar menos pra trabalhar numa empresa com berçário.
Conheço um monte de mães que voltaria correndo a fazer academia (pagando mais!) se tivesse uma mini-creche lá dentro.
Pedir muito?
Que nada. Não é um pedido e sim um recado.
Empresário: nossa vida leva as crianças a tira-colo. Colocar um biombo no banheiro feminino e uma placa escrito "Fraldário" já não basta. A gente quer comprar de você e as vezes não compra porque seu negócio não é lugar de criança. Se liga, po!
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Não reclamarás!
Nos últimos dias recebi algumas mensagens de histórias bem punk.
A que mais me chamou atenção foi a do Rafael que teve que aprender do pior jeito como cuidar da sua pequena de 2 anos. A mulher dele se foi há 6 meses num acidente de carro.
Eu não consigo imaginar o que é isso. Não conheço o Rafael ou sua família. Não sei exatamente o que ele passou e uma coisa que me impressionou muito é que a mensagem dele não tem uma linha de reclamação. Apenas me parabeniza, resume sua história, comemora o aprendizado diário e me oferece ajuda pra divulgar a causa. Sim, ajuda. Se eu tivesse perdido minha Elaine há 6 meses eu com certeza estaria pedindo ajuda e não oferecendo. Grande cara.
Não reclamar.
Preciso ensinar isso pro Pedro.
Mais um desafio de criação escrito na pedra que mantenho aqui do lado do berço com as metas para os próximos 50 anos.
Não reclamar é arte.
Você acaba de deitar pela oitava vez e o nenê chora;
Faz 5 dias que não faz sol e o pingo de feijão encontra a última roupa limpa/seca do nenê;
Vc não está aguentando nem consigo e a praguinha abre um berreiro descomunal se não estiver no seu colo;
Vc tenta passar na porta do banco 74 vezes e depois de deixar carteira, celular, bolsa, relógio, revolver, cinto de castidade, oculos e capacete precisa explicar pro idoso todo prestativo organizando a fila preferencial que vc tem uma criança de colo e a fila não é dele
São testes. Só podem ser. Temos que pensar que estamos sendo testados e que ficamos um pouco melhores cada vez que deixamos de ralhar vida afora.
Não-reclamamadores tem uma força diferente. Eu tinha uma vó que jamais reclamava. Tenho um pai que nunca reclama e a maioria das pessoas com quem eu aprendi coisas pra toda a vida não reclamavam. Todos eram observadores e falavam pouco.
Tinham memória curta o suficiente pra não guardar rancores e longa o suficiente para passarem experiencias profundas em poucas palavras.
Gente assim é grande. Quem dera criar filhos com essa percepção.
Filhos que vão mexer no cachorro se o video-game queimar, que vão brincar de fantasma se a luz acabar, que vão partir a pé se o pneu furar. Quem dera conseguir criar filhos que conheçam tudo que é bom mas saibam viver com o mínimo. Que bom se puder fazê-los ver que é possível dar a volta nas perdas e ainda oferecer ajuda, como o Rafael.
E se não conseguir? Bom... se não conseguir vou tentar não reclamar.
A que mais me chamou atenção foi a do Rafael que teve que aprender do pior jeito como cuidar da sua pequena de 2 anos. A mulher dele se foi há 6 meses num acidente de carro.
Eu não consigo imaginar o que é isso. Não conheço o Rafael ou sua família. Não sei exatamente o que ele passou e uma coisa que me impressionou muito é que a mensagem dele não tem uma linha de reclamação. Apenas me parabeniza, resume sua história, comemora o aprendizado diário e me oferece ajuda pra divulgar a causa. Sim, ajuda. Se eu tivesse perdido minha Elaine há 6 meses eu com certeza estaria pedindo ajuda e não oferecendo. Grande cara.
Não reclamar.
Preciso ensinar isso pro Pedro.
Mais um desafio de criação escrito na pedra que mantenho aqui do lado do berço com as metas para os próximos 50 anos.
Não reclamar é arte.
Você acaba de deitar pela oitava vez e o nenê chora;
Faz 5 dias que não faz sol e o pingo de feijão encontra a última roupa limpa/seca do nenê;
Vc não está aguentando nem consigo e a praguinha abre um berreiro descomunal se não estiver no seu colo;
Vc tenta passar na porta do banco 74 vezes e depois de deixar carteira, celular, bolsa, relógio, revolver, cinto de castidade, oculos e capacete precisa explicar pro idoso todo prestativo organizando a fila preferencial que vc tem uma criança de colo e a fila não é dele
São testes. Só podem ser. Temos que pensar que estamos sendo testados e que ficamos um pouco melhores cada vez que deixamos de ralhar vida afora.
Não-reclamamadores tem uma força diferente. Eu tinha uma vó que jamais reclamava. Tenho um pai que nunca reclama e a maioria das pessoas com quem eu aprendi coisas pra toda a vida não reclamavam. Todos eram observadores e falavam pouco.
Tinham memória curta o suficiente pra não guardar rancores e longa o suficiente para passarem experiencias profundas em poucas palavras.
Gente assim é grande. Quem dera criar filhos com essa percepção.
Filhos que vão mexer no cachorro se o video-game queimar, que vão brincar de fantasma se a luz acabar, que vão partir a pé se o pneu furar. Quem dera conseguir criar filhos que conheçam tudo que é bom mas saibam viver com o mínimo. Que bom se puder fazê-los ver que é possível dar a volta nas perdas e ainda oferecer ajuda, como o Rafael.
E se não conseguir? Bom... se não conseguir vou tentar não reclamar.
Foto: Carlos Aliperte
segunda-feira, 12 de maio de 2014
Tem pai que é... um pai.
É pessoal... a coisa tá se espalhando. Nosso blog saiu na revista Crescer da Editora Globo e nossa história saiu no portal R7, da Record. Milhares de pessoas leram, compartilharam, nos conheceram e acessaram o blog neste fim de semana de dia das mães.
Os comentários que mais ouvi foram coisas como:
- Esse pai vale por uma mãe!
- Tem pai que é uma mãe!
- O nome disso é "Pãe"!
Nada disso gente. Pai que cuida vale por um PAI! Criança é obrigação de pai e mãe ora bolas!
Mãe que se desdobra é mãe das boas e pai que se desdobra é pai dos bons ué!
Fiquei feliz e orgulhoso com tudo que foi publicado, curtido e compartilhado sobre nossa família mas confesso que uma coisa me incomodou: meu turno duplo não é nada além do que milhões de mães fazem e fizeram a vida inteira: trabalhar fora e cuidar da casa e dos filhos. Boa parte delas com muito menos dinheiro e recursos. Sem informação, sem um bom plano de saúde, sem carro, sem latim pra se comunicar e conseguir o que é necessário pra si e os seus.
O que eu estou fazendo está sendo celebrado como se fosse grande novidade mas a única novidade real é que eu sou homem. Até acho que a mudança de mentalidade justifica alguma celebração, mas sem falsa modéstia: a única coisa que eu realmente fiz foi ter a vergonha na cara de quebrar o ciclo.
Semana passada um casal de lésbicas ganhou direito a licença maternidade pras duas. Coloquei um comentário no facebook dizendo que os casais homoafetivos, uma entidade recente, já tem mais direitos que nós, pais "convencionais". Ficamos pra trás. Quando eu disse isso, uma amiga chamou atenção: "Eles lutaram pra isso e ganharam. Sua vez."
Ela tem razão.
Eu vejo que há vários pais que se viram e participam. Há pais solteiros, pais que adotam, pais viúvos, há muito modelo bom escondido por aí. Falta aquele agito. Uma catarse de pais quebradores de paradigma que mudem o jeito de criar os filhos. Pais que escrevam blogs, livros, que entrem com ações na justiça para ter licença paternidade, berçários, direitos.
Sim, ela tem razão: nossa vez.
PS:
Alguém sugeriu que eu montasse uma palestra pra conscientizar outros pais. Gostei da idéia.
Alguém aí tem um auditório vago?
Os comentários que mais ouvi foram coisas como:
- Esse pai vale por uma mãe!
- Tem pai que é uma mãe!
- O nome disso é "Pãe"!
Nada disso gente. Pai que cuida vale por um PAI! Criança é obrigação de pai e mãe ora bolas!
Mãe que se desdobra é mãe das boas e pai que se desdobra é pai dos bons ué!
Fiquei feliz e orgulhoso com tudo que foi publicado, curtido e compartilhado sobre nossa família mas confesso que uma coisa me incomodou: meu turno duplo não é nada além do que milhões de mães fazem e fizeram a vida inteira: trabalhar fora e cuidar da casa e dos filhos. Boa parte delas com muito menos dinheiro e recursos. Sem informação, sem um bom plano de saúde, sem carro, sem latim pra se comunicar e conseguir o que é necessário pra si e os seus.
O que eu estou fazendo está sendo celebrado como se fosse grande novidade mas a única novidade real é que eu sou homem. Até acho que a mudança de mentalidade justifica alguma celebração, mas sem falsa modéstia: a única coisa que eu realmente fiz foi ter a vergonha na cara de quebrar o ciclo.
Semana passada um casal de lésbicas ganhou direito a licença maternidade pras duas. Coloquei um comentário no facebook dizendo que os casais homoafetivos, uma entidade recente, já tem mais direitos que nós, pais "convencionais". Ficamos pra trás. Quando eu disse isso, uma amiga chamou atenção: "Eles lutaram pra isso e ganharam. Sua vez."
Ela tem razão.
Eu vejo que há vários pais que se viram e participam. Há pais solteiros, pais que adotam, pais viúvos, há muito modelo bom escondido por aí. Falta aquele agito. Uma catarse de pais quebradores de paradigma que mudem o jeito de criar os filhos. Pais que escrevam blogs, livros, que entrem com ações na justiça para ter licença paternidade, berçários, direitos.
Sim, ela tem razão: nossa vez.
PS:
Alguém sugeriu que eu montasse uma palestra pra conscientizar outros pais. Gostei da idéia.
Alguém aí tem um auditório vago?
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Carro de mulher
Tem uma piada boa e velha na internet que é sobre carro e quarto de homens e mulheres. Pra quem não conhece:
Hoje me deparei com o carro no estado de "carro delas". E pior: quem tem usado mais o bendito sou eu. A cadeirinha do Pedro estava ilhada entre papéis, orçamentos, notas, amostra de não sei o que e até um babador.
O Professor Homer Simpson ensina que o básico da sobrevivência do homem está em duas frases:
1- Não fui eu
2- Quando eu cheguei já tava assim
Olhei a bagunça e fiz uma retrospectiva em busca da origem de tanta zona já que não fui eu e quando eu cheguei já tava assim:
"Aquele papel ali eu trouxe do banco. Com a boca. Pra poder segurar a cadeirinha. Cuspi o danado no banco de trás pra pegar depois."
"Hmmm. Esse babador é da hora que fiquei esperando o fulano por meia hora na obra e tive que dar comida pro Pedro no carro mesmo"
"Esse cartão... o que é esse cartão no chão? Ah sim. Caiu do envelope do banco"
"E essa mochila... ah. Ta aqui porque eu dupliquei os apetrechos e ja deixo a mochila do Pedro no carro"
"Dinheiro!"
"Manuscrito com marca de pé... Lixo? Hum... JESUIS! São as medidas de piso e azulejo! Cópia única, não posso perder. Vai pro porta-luvas."
"Uia! Achei meu CD do beach boys no porta-luvas"
"Chinelo, panfleto, blusa de frio do começo da semana... aff preciso pagar essa multa"
Quer saber? Deixei tudo lá. Pelo menos quando eu perder alguma coisa é porque deve estar no carro.
Conclusão: a culpa é do Pedro! Safado bagunceiro. Em veículo meu jamais houve essa bagunça antes! Jamais!
Mas perae... antes eu andava de moto.
Realmente... Pedros mudam tudo.
Hoje me deparei com o carro no estado de "carro delas". E pior: quem tem usado mais o bendito sou eu. A cadeirinha do Pedro estava ilhada entre papéis, orçamentos, notas, amostra de não sei o que e até um babador.
O Professor Homer Simpson ensina que o básico da sobrevivência do homem está em duas frases:
1- Não fui eu
2- Quando eu cheguei já tava assim
Olhei a bagunça e fiz uma retrospectiva em busca da origem de tanta zona já que não fui eu e quando eu cheguei já tava assim:
"Aquele papel ali eu trouxe do banco. Com a boca. Pra poder segurar a cadeirinha. Cuspi o danado no banco de trás pra pegar depois."
"Hmmm. Esse babador é da hora que fiquei esperando o fulano por meia hora na obra e tive que dar comida pro Pedro no carro mesmo"
"Esse cartão... o que é esse cartão no chão? Ah sim. Caiu do envelope do banco"
"E essa mochila... ah. Ta aqui porque eu dupliquei os apetrechos e ja deixo a mochila do Pedro no carro"
"Dinheiro!"
"Manuscrito com marca de pé... Lixo? Hum... JESUIS! São as medidas de piso e azulejo! Cópia única, não posso perder. Vai pro porta-luvas."
"Uia! Achei meu CD do beach boys no porta-luvas"
"Chinelo, panfleto, blusa de frio do começo da semana... aff preciso pagar essa multa"
Quer saber? Deixei tudo lá. Pelo menos quando eu perder alguma coisa é porque deve estar no carro.
Conclusão: a culpa é do Pedro! Safado bagunceiro. Em veículo meu jamais houve essa bagunça antes! Jamais!
Mas perae... antes eu andava de moto.
Realmente... Pedros mudam tudo.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Vem com a vovó, vem!
Semana de visita da vó.
Vó Lena e vô João vieram ver o Pedro e nos dar uma força também. Acho que ficaram com dó ao ver o último post onde declaro uma certa derrota pra rotina diária. Ficamos felizes com a visita e com a ajuda. Tem muita coisa acumulada pra resolver de obra, contabilidade, banco, etc e se tiver alguém só pra ficar com o guri já ajuda muito.
E veio a vó
Experiente vó
Resolvedora vó
cuidadora vó
tiradora-de-letra-vó
Junto com o vô
Experiente vô
Divertido vô
Fazedor-de-dormir-dançando-pela-casa vô
Viram de perto o Pedro
Comilão Pedro
Ativo Pedro
Acordado-a-noite-toda Pedro
Anti-berço Pedro
- Como vocês fazem hein? Agora entendo melhor tudo que vc escreve. Pelamor!
Generosos vôs
Esquecidos vôs.
Criaram 3 com muito menos recursos e acham agora que a gente faz grande coisa.
Vó Lena e vô João vieram ver o Pedro e nos dar uma força também. Acho que ficaram com dó ao ver o último post onde declaro uma certa derrota pra rotina diária. Ficamos felizes com a visita e com a ajuda. Tem muita coisa acumulada pra resolver de obra, contabilidade, banco, etc e se tiver alguém só pra ficar com o guri já ajuda muito.
E veio a vó
Experiente vó
Resolvedora vó
cuidadora vó
tiradora-de-letra-vó
Junto com o vô
Experiente vô
Divertido vô
Fazedor-de-dormir-dançando-pela-casa vô
Viram de perto o Pedro
Comilão Pedro
Ativo Pedro
Acordado-a-noite-toda Pedro
Anti-berço Pedro
- Como vocês fazem hein? Agora entendo melhor tudo que vc escreve. Pelamor!
Generosos vôs
Esquecidos vôs.
Criaram 3 com muito menos recursos e acham agora que a gente faz grande coisa.
sexta-feira, 2 de maio de 2014
O outro lado da licença maternidade
- E aí Flávio, beleza?
- Beleza. E vc, como ta a empresa lá?
- Vai bem. To precisando de um funcionário.
- Ah, tem uma conhecida que tá procurando. Acabou de sair de onde ela tava.
- Ah não. Precisa ser homem.
- Mas qual é a vaga?
- Caixa.
- Ué... o que tem contratar uma mulher pra ser caixa?
- Cara, de um tempo pra cá só contrato homem ou mulher com mais de 50. Não banco mais gravidez!
AAaaaahh! Imundo! Machista! Crapulasafadoporcochauvinista!!!!
Talvez. Mas olha o que descobri esses dias:
Antigamente a licença maternidade era paga pelo governo. A funcionária se afastava e o INSS pagava a licença diretamente a ela no período de afastamento. A mamãe recebia o benefício e o empregador continuava gastando exatamente o mesmo pra colocar uma funcionária temporária no período da licença. Justo.
Agora a coisa mudou e quem paga é o empregador. O INSS apenas reembolsa em forma de desconto do INSS que a empresa recolhe.
Explicando melhor usando salarios de mil reais como exemplo:
Em outras palavras: Quanto menor a empresa, mais difícil é pra ela bancar a contratação de mulheres.
Acho muito justo todo o discurso sobre salários iguais, condições iguais, tudo igual no mercado de trabalho. Mas eu não tenho coragem de condenar meu amigo microempresário porque ele desistiu de ser bom e humano amargando o prejuízo de uma lei mal feita. Afinal, numa empresa de dois funcionários (não vou nem falar das de 1) a despesa com folha de pagamento aumenta 35%.
Pouco? Pense qual seria o impacto na casa se de repente vc tivesse que aumentar em 35% o salário da sua empregada doméstica.
Problema isolado/pontual? Não se considerarmos que 60% dos empregos formais do país estão nas micro e pequenas empresas.
Iniciar um pequeno negócio é osso. Fazer a coisa sobreviver aos primeiros anos é uma batalha diária e tudo que um empreendedor não quer é mais uma torneira vazando custo fixo. Machista? Hum.
Além de tudo que já falei aqui sobre quanto o Brasil não está pronto para uma geração de pais presentes, ainda existe esse tipo de barbeiragem que coloca um abismo entre homens e mulheres na disputa por um cargo.
Todo mundo sabe que criar filhos custa caro. Só acho criminoso que esse custo afete tão fortemente quem não tem nada com isso: os empregadores. Principalmente os pequenos.
- Beleza. E vc, como ta a empresa lá?
- Vai bem. To precisando de um funcionário.
- Ah, tem uma conhecida que tá procurando. Acabou de sair de onde ela tava.
- Ah não. Precisa ser homem.
- Mas qual é a vaga?
- Caixa.
- Ué... o que tem contratar uma mulher pra ser caixa?
- Cara, de um tempo pra cá só contrato homem ou mulher com mais de 50. Não banco mais gravidez!
AAaaaahh! Imundo! Machista! Crapulasafadoporcochauvinista!!!!
Talvez. Mas olha o que descobri esses dias:
Antigamente a licença maternidade era paga pelo governo. A funcionária se afastava e o INSS pagava a licença diretamente a ela no período de afastamento. A mamãe recebia o benefício e o empregador continuava gastando exatamente o mesmo pra colocar uma funcionária temporária no período da licença. Justo.
Agora a coisa mudou e quem paga é o empregador. O INSS apenas reembolsa em forma de desconto do INSS que a empresa recolhe.
Explicando melhor usando salarios de mil reais como exemplo:
(Clique para ampliar)
*Os valores de encargos são aproximadosEm outras palavras: Quanto menor a empresa, mais difícil é pra ela bancar a contratação de mulheres.
Acho muito justo todo o discurso sobre salários iguais, condições iguais, tudo igual no mercado de trabalho. Mas eu não tenho coragem de condenar meu amigo microempresário porque ele desistiu de ser bom e humano amargando o prejuízo de uma lei mal feita. Afinal, numa empresa de dois funcionários (não vou nem falar das de 1) a despesa com folha de pagamento aumenta 35%.
Pouco? Pense qual seria o impacto na casa se de repente vc tivesse que aumentar em 35% o salário da sua empregada doméstica.
Problema isolado/pontual? Não se considerarmos que 60% dos empregos formais do país estão nas micro e pequenas empresas.
Iniciar um pequeno negócio é osso. Fazer a coisa sobreviver aos primeiros anos é uma batalha diária e tudo que um empreendedor não quer é mais uma torneira vazando custo fixo. Machista? Hum.
Além de tudo que já falei aqui sobre quanto o Brasil não está pronto para uma geração de pais presentes, ainda existe esse tipo de barbeiragem que coloca um abismo entre homens e mulheres na disputa por um cargo.
Todo mundo sabe que criar filhos custa caro. Só acho criminoso que esse custo afete tão fortemente quem não tem nada com isso: os empregadores. Principalmente os pequenos.
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