Não filho...
NÃO filho...
NÃO FILHO!!!! LARGA! FEIO! CACA! MORTE!
Um dos meus aprendizados mais recentes é que não importa o que vc faça, quanto esconda, proteja, distraia ou disfarce. Os pequenos SEMPRE vão encontrar o objeto mais inadequado possível pra brincar.
Se tem uma coisa que todo pai e mãe sabe é que não adianta comprar um controle remoto ou celular de brinquedo pra criança arregaçar a vontade. Ela quer o de verdade, que é caro e não pode quebrar, pra fazer companhia as tomadas talheres, chaves, ferramentas, remédios, produtos tóxicos e um monte de outras coisas no padrão se-pega-no-olho.
Fiquei pensando por que diabos eles não se interessam pelas coisas seguras. A gente tende a gostar do que não presta até o fim da vida, é verdade, mas que raio faz brinquedos projetados justamente pra despertar interesse serem preteridos assim que aparece algo que eu não quero que ele pegue?
Pela novidade eu sei que não é. Afinal o controle remoto preferido está jogado pela sala há tanto tempo quanto o abandonado jacaré de pano ou o leão de plástico.
Pano, plástico...
Um pouco exausto, com sono e meio que desistindo de tomar coisas da mão do Pedro, fiquei observando os brinquedos enquanto ele brincava com meu revólver.
- Tapete de borracha
- Bichos de pano
- Legos gigantes de plástico
- Bolotas de plástico de encaixar
Borracha. plástico, plástico..
Talvez tenha encontrado a resposta: os brinquedos precisam ser tão seguros, resistentes, antisépticos e infalíveis que, na essência eles são miseravelmente iguais. Igualmente coloridos, arredondados e semi-flexíveis, botam a perder todo esforço das fábricas por uma textura, peso ou barulho diferente. Olhando a caixa cheia deles parecem mesmo farinha do mesmo saco. Um saco.
Eu também iria reto na tomada.