segunda-feira, 12 de maio de 2014

Tem pai que é... um pai.

É pessoal... a coisa tá se espalhando. Nosso blog saiu na revista Crescer da Editora Globo e nossa história saiu no portal R7, da Record. Milhares de pessoas leram, compartilharam, nos conheceram e acessaram o blog neste fim de semana de dia das mães.
Os comentários que mais ouvi foram coisas como:

- Esse pai vale por uma mãe!
- Tem pai que é uma mãe!
- O nome disso é "Pãe"!

Nada disso gente. Pai que cuida vale por um PAI! Criança é obrigação de pai e mãe ora bolas!
Mãe que se desdobra é mãe das boas e pai que se desdobra é pai dos bons ué!

Fiquei feliz e orgulhoso com tudo que foi publicado, curtido e compartilhado sobre nossa família mas confesso que uma coisa me incomodou: meu turno duplo não é nada além do que milhões de mães fazem e fizeram a vida inteira: trabalhar fora e cuidar da casa e dos filhos. Boa parte delas com muito menos dinheiro e recursos. Sem informação, sem um bom plano de saúde, sem carro, sem latim pra se comunicar e conseguir o que é necessário pra si e os seus.

O que eu estou fazendo está sendo celebrado como se fosse grande novidade mas a única novidade real é que eu sou homem. Até acho que a mudança de mentalidade justifica alguma celebração, mas sem falsa modéstia: a única coisa que eu realmente fiz foi ter a vergonha na cara de quebrar o ciclo.

Semana passada um casal de lésbicas ganhou direito a licença maternidade pras duas. Coloquei um comentário no facebook dizendo que os casais homoafetivos, uma entidade recente, já tem mais direitos que nós, pais "convencionais". Ficamos pra trás. Quando eu disse isso, uma amiga chamou atenção: "Eles lutaram pra isso e ganharam. Sua vez."

Ela tem razão.

Eu vejo que há vários pais que se viram e participam. Há pais solteiros, pais que adotam, pais viúvos, há muito modelo bom escondido por aí. Falta aquele agito. Uma catarse de pais quebradores de paradigma que mudem o jeito de criar os filhos. Pais que escrevam blogs, livros, que entrem com ações na justiça para ter licença paternidade, berçários, direitos. 

Sim, ela tem razão: nossa vez.





PS:
Alguém sugeriu que eu montasse uma palestra pra conscientizar outros pais. Gostei da idéia.
Alguém aí tem um auditório vago?

11 comentários:

  1. Boa noite Flavio.

    Primeiramente parabéns pela atitude.

    A 6 meses perdi minha esposa num acidente automobilistico e desde então moramos eu e minha filha de 2 anos, realmente é algo muito especial, de descobertas diárias, mas que não passa de uma obrigação.

    Muito interessante e válido essa visão de divulgar essas atitudes e quebrar certos preconceitos ou inseguranças a respeito do assunto.

    Conte comigo

    Rafael Del Col
    rafael@rdcrepresentacoes.com.br

    ResponderExcluir
  2. Muito bem Flávio e parabéns pela sua iniciativa. O que para vc é natural para outras pessoas é anormal. Como vc disse a maioria das mães fazem turno duplo e algumas turno triplo, mas ninguém se atenta para isso. Bastou um homem divulgar que cuida da própria cria e isso se tornou fantástico quando na realidade deveria ser normal. Espero que isso se torne normal num futuro próximo.

    ResponderExcluir
  3. Ola filho que boa ideia essa de palestra, certamente vc vai conseguir logo esse espaço para realiza-la.
    Parabéns muito orgulho de suas atitudes.
    Beijão

    ResponderExcluir
  4. Porque não começar em vídeos palestras? Canal no youtube turno do dia.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Marum. A idéia é muito boa, mas eu não tenho equipamento nem habilidade pra fazer videos que prestam. :-/

      Excluir
  5. Olá,família...fui lá no portalR7!E foi uma alegria conhecer vocês através das fotos.Continuo aqui torcendo por vocês: paz e bem,sempre.E esperando ansiosa pelas notícias fresquinhas do Turno do Dia.Um abraço amigo da maria neusa,avó.

    ResponderExcluir
  6. Oi, vc esta certo. Como vc mesmo disse num post anterior, somos a geracao da mudanca (pelo menos no brasil). Aqui fora eh muito mais comum ver pais sendo pais, mas a legislacao de muitos paises ainda eh precaria. Aqui na Inglaterra tem um grupo de pais que faz bastante barulho, o Fathers 4 Justice. Da uma olhada na pagina deles, quem sabe ajuda. Alguem tem q dar o primeiro passo!
    http://www.fathers-4-justice.org

    ResponderExcluir
  7. Amei tudo que escreveu. A ideia da Palestra é ótima. Torço muito pra se realizar.
    Te admiro muito meu filho. Um beijão.

    ResponderExcluir
  8. Cara vou te contar...meu esposo cuida da minha filha de alguns poucos meses, ele saiu recentemente do trabalho para além de estudar, cuida da nossa filha que nasceu prematura extrema de 26 semanas de gestação (5 meses e meio) ficouna UTI por 5 meses e agora passa por um acompanhamento bem detalhado, não pode ir para berçario...Enfim...marido e eu (na vdd mais ele) decidiu ficar em casa para pro enquanto e ate o fim do ano cuidar da cria, ate lá ela estara com 1 ano e 4 meses de vida e 1 ano e 1 mes de idade corrigida e assim conseguremos uma baba....marido cuida bem, da atenção, ajuda na estimulação...e estuda seu curso voltado a sua area de interesse profissional..No entanto o preconceito ainda é grande...e isso dentro das familia que conhece bem as condições pelas quais ele ficou a cuidar dela, ja que para nós fio mais interessante eu voltar a trabalhar (embora eu quissesse muito ficar com minha filha, vc não imagina o qt...) enfim achei seu texto mega interessante, mais uma vez postei no meu face...tb tenho blog ja te falei ate aqui, estou a escrever sobre o assunto, acredito que não podemos ter a mentalidade antiga e machista como essa, se é um bem necessario e se alguem do casal pode fazer esse desdobramento pelo bem da cria, nada mais certo do que o fazer...E não deveria sre motivo de espanto, admiração mor, embora saibamos que o extinto materno é maior, nos pais tb não é diferente, oras é PAI SENDO PAI!!Simples assim!!Obrigada pelo seu espaço, tem me ajudado mto....Deus abençoe sua familia e espero que este projeto de palestra va pra frente, fara mta diferença!!abç, Ely

    http://viveramarfazervalerapena.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  9. Deve term muito pai bom por aí. O que falta é o homem assumir que faz isso. A sociedade é muito machista e para o homem admitir publicamente que troca fraldas é adotado como vergonhoso. Olha só: tava eu e o JP na farmácia (patroa no salão, ué, ela tem direito poxa...) mas não tive vez na fila preferencial: o caixa passou um rapaz na minha frente (e o JP no meu colo).
    Eu podia ter reclamado, afinal eu devia conquistar o direito, mas fiquei quieto dando uma de machão, com um rebento de 10Kg numa mão e fralda, lenço, pomada na outra...

    ResponderExcluir
  10. Aqui em casa também temos um PAI hehehe e é bem engraçado ver o espanto das pessoas com um pai fazendo oque um pai deveria fazer. Até engraçado ler mas é isso mesmo, dificilmente alguém diz que eu sou uma maezona mas o marido é sempre alvo de elogios. Rsrsrs. As pessoas tem que ver que não há nada mais natural do que isso... cada um faz a sua parte da melhor maneira possível em prol daquele ser que é a coisa mais importante do mundo para os dois. Um beijo adorei o seu blog achei pela Vila Mamifera.

    ResponderExcluir