De vez em quando numa roda de homens algum amigo reclama da atual ordem das coisas.
"Maldita hora que as mulheres resolveram sair de casa e arrumar empregos. Se eu pego quem teve a idéia..."
Antes que me arrastem pra delegacia mais próxima, adianto que também já vi mulheres falando a mesma coisa.
Desde que os primeiros sutiãs foram qureimados a vida ficou mais corrida, os salários baixaram, as famílias não almoçam mais juntas. Quase todo mundo quer sua carreira e sua grana pra comprar um carro bom pra suportar o congestionamento e uma casa boa aonde só se vai dormir.
A maioria de nós, homens ou mulheres, foi criado machista. Não porque tivemos pais ruins mas porque não tinha muito jeito de pensar diferente há 3 ou 4 décadas. Aprendemos que se ela não sabe nem lavar um copo, grande coisa não pode ser. Se ele não tem um emprego fixo há anos, é vadio encostado na mulher.
Ontem foi dia de lavar roupa, limpar o chão e cozinhar o almoço. Elaine tinha uma penca de pacientes de manhã e chegou correndo. Almoçamos juntos e levamos o guri ao médico pra examinar a retina pela última vez. Tudo certo, ele tem 100% dos olhos.
Na sala de espera, mães sozinhas apanhavam pra lidar com a criança, a bolsa e as guias pra assinar. Algumas estavam com os maridos mas não havia maridos sozinhos.
Fiquei olhando isso tudo e pensando no comentário de boteco que começou esse post. Acabei achando que é muito mais saudável que haja mesmo a figura "do lar" como era a maioria de nossas mães. Não dá pra ter empregados pra tudo, não dá pra todo mundo fazer jornada dupla, não dá pra um par de pais perder a primeira comida de mamão do filho. Não se você quiser viver o que realmente importa.
Começo a pensar se vida de qualidade não precisa necessariamente conter "do lar". Pensamento atrasado? Só se for o de quem entendeu que tem que ser a mulher.
Não tem que ser ela e não tem que ser pra sempre. Acho que se um dia o mundo caminhar pra uma uma mentalidade que não se resuma a encher-se de dinheiro, pais e mães se alternarão em períodos do lar e de profissão. Por uns anos um traz dinheiro, outro fica em casa. Depois, se quiser, troca. Que tal?
Ah! Ontem lavei muitos copos. Hoje o Pedro comeu um inédito pedaço de mamão.
"Maldita hora que as mulheres resolveram sair de casa e arrumar empregos. Se eu pego quem teve a idéia..."
Antes que me arrastem pra delegacia mais próxima, adianto que também já vi mulheres falando a mesma coisa.
Desde que os primeiros sutiãs foram qureimados a vida ficou mais corrida, os salários baixaram, as famílias não almoçam mais juntas. Quase todo mundo quer sua carreira e sua grana pra comprar um carro bom pra suportar o congestionamento e uma casa boa aonde só se vai dormir.
A maioria de nós, homens ou mulheres, foi criado machista. Não porque tivemos pais ruins mas porque não tinha muito jeito de pensar diferente há 3 ou 4 décadas. Aprendemos que se ela não sabe nem lavar um copo, grande coisa não pode ser. Se ele não tem um emprego fixo há anos, é vadio encostado na mulher.
Ontem foi dia de lavar roupa, limpar o chão e cozinhar o almoço. Elaine tinha uma penca de pacientes de manhã e chegou correndo. Almoçamos juntos e levamos o guri ao médico pra examinar a retina pela última vez. Tudo certo, ele tem 100% dos olhos.
Na sala de espera, mães sozinhas apanhavam pra lidar com a criança, a bolsa e as guias pra assinar. Algumas estavam com os maridos mas não havia maridos sozinhos.
Fiquei olhando isso tudo e pensando no comentário de boteco que começou esse post. Acabei achando que é muito mais saudável que haja mesmo a figura "do lar" como era a maioria de nossas mães. Não dá pra ter empregados pra tudo, não dá pra todo mundo fazer jornada dupla, não dá pra um par de pais perder a primeira comida de mamão do filho. Não se você quiser viver o que realmente importa.
Começo a pensar se vida de qualidade não precisa necessariamente conter "do lar". Pensamento atrasado? Só se for o de quem entendeu que tem que ser a mulher.
Não tem que ser ela e não tem que ser pra sempre. Acho que se um dia o mundo caminhar pra uma uma mentalidade que não se resuma a encher-se de dinheiro, pais e mães se alternarão em períodos do lar e de profissão. Por uns anos um traz dinheiro, outro fica em casa. Depois, se quiser, troca. Que tal?
Ah! Ontem lavei muitos copos. Hoje o Pedro comeu um inédito pedaço de mamão.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-que-e-ser-mae-na-escandinavia-2/
ResponderExcluirE o post original:
http://myyearwithoutwastingmoney.com/?p=413
Lembrei do seu post quando vi isso: http://www.nmagazine.com.br/colunas/crianca-terceirizada/
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