terça-feira, 11 de março de 2014

Noé de zorba

Ontem foi dia de dar vacina. Uma de gota, outra de injeção. Pro bem do bolso, a dose da vez existe no posto de saúde. Algumas das vacinas que o Pedro precisa só existem na rede particular, sem convênio.

A tarde fiquei a pé, só aqui cuidando do menino. Ele tem feito uma bagunça muito boa de assistir. Parece que quer fugir do berço. Agarra o mosquiteiro, vira de bruço, chuta a grade, bate a testa... Enquanto não chora eu assumo que ta tudo bem e fico só olhando. Acaba dormindo, cansado de se arrastar igual um soldado de bunda grande tentando chegar na trincheira.

A noite caiu um toró daqueles. Chovia e ventava como se a seca dos ultimos 3 meses precisasse ser resolvida ontem. Tínhamos saído pra comprar pão e ver a obra. Tranquilo. Água caindo firme mas já estávamos dentro do carro voltando pra casa.

Aqui não tem portão eletrônico então era papel do gentil marido destrancar o cadeado, abrir o portão e segurar a cachorra. Guarda-chuva? Não. Mas nem adiantaria se tivesse.
Fiquei medindo a situação por um tempo. E Não deu coragem.

- Ah não... essa roupa ta limpa. Vamos esperar um pouco
[30 min]
[granizo]
[explosão]
[blackout na cidade inteira]
- Então... vai lá?
- Ta loca? Só se for de cueca. Olha essa água!
- HahAhHAhAH. Tem coragem? Nesse dilúvio e nesse escuro não tem ninguém na rua mesmo!
- ...
- Flavio? NAO Favio! BOTA ESSA BERMUDA! FLAVIO!!!!!!!!!!

Fazia tempo que eu não tomava um banho de chuva. De cueca na frente de casa foi o primeiro.
Assim que entramos todo meu heroísmo se foi. Tinha saído de casa com a cabeça na lua e larguei tudo aberto. Aquela chuva toda encontrou feliz todas as nossas portas e janelas arreganhadas.

Foi bem higiênico. Lavou o chão, nossa cama, o berço, os bichos de pelúcia, a cômoda. Ficou tudo bem limpinho. Era só pegar um monte de panos e secar tudo aquilo no escuro.
Nisso descobri mais uma consequencia da cabeça na lua: tinha esquecido de tirar os panos do varal. Todos os trapos de chao estavam lá. Molhados e inúteis. 

Elaine tava tensa porque o estoque de leite que ela conseguiu juntar com um baita sacrificio ia estragar todo na geladeira desligada. Ah sim! Eu precisava trabalhar ainda. Mas sem energia o jeito foi fingir que o problema não existia e ir dormir antes das 22.

Voltou as 2 da manhã. Chequei o leite e nao tinha descongelado. Ainda bem. Dormi mais um pouco e acordei pra compensar as horas perdidas de trabalho. Tinha uma apresentação pra montar. Ainda bem que o Pedro tava tranquilo. Dormindo como sempre sem reclamar. Ele no carrinho, a gente no sofá. Unicas coisas da casa que estavam secas e pareciam com camas.

Nem a Dinah tinha aonde deitar. Abri uma camiseta velha pra dar algum chão seco pra ela.

Hoje cedo enquanto eu ainda trabalhava a Elaine ajeitou tudo antes de ir pro consultório.
É nóis.



PS: Alguém pediu pra colocar no blog um recurso pra enviar e-mail quando tem atualização. Coloquei ali em cima, a direita. É só preencher com seu e-mail e o aviso chega. Obrigado pela sugestão. :-)

3 comentários:

  1. nossa chorei de rir!!!!!!!!!!!! hilário sendo relatado mas desesperador quando vivendo, nada como o bom humor...na hora foi engraçado assim ou rolou estresse? so por curiosidade...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Até a parte de descer de cueca foi engraçado mesmo. O clima pesou na hora que a gente entrou em casa e vimos que eu tinha largado tudo aberto. Ficou aquele silencio tenso porque eu sabia que tinha feito m* e que minha mulher queria minha morte naquela hora. :)

      Excluir
  2. Hahahahaha rindo muito e bastante feliz em saber que não sou o único pai porraloka da blogosfera! Respiro aliviado.

    Essa da cueca na frente de casa foi boa... esperando um temporal com a pequena Laura!

    Abraço!
    www.coisadepai.com

    ResponderExcluir